A ilusão da autossuficiência no corre artístico

Tem uma mentira que contam pra artista desde cedo: a de que ele precisa fazer tudo sozinho pra “provar o próprio valor”.

Ser artista independente não significa ser isolado.
Não significa rejeitar ajuda, fechar portas ou tentar carregar um bonde inteiro nas costas só pra depois postar “venci sozinho”.
Aliás, esse discurso de “meu corre é só meu” costuma esconder mais medo do que força.

A real é que ninguém se constrói só. Quem cresce na cena de verdade é quem tem rede, quem fortalece outras pessoas e permite ser fortalecido.
É quem entende que colaboração não diminui mérito — multiplica possibilidade.

Colaboração, uma palavra que muitos até fazem cara feia, mas todo mundo sabe que faz diferença. E claro, saber com quem colaborar e também não agir como se todo mundo tivesse obrigação de fazer tudo por você, né!?

Entender que o corre é coletivo, feito de várias mãos e que todas merecem o reconhecimento quando dar certo, quando chegar lá.

Por trás de todo artista que cresce, tem alguém que fez um beat, mixou uma faixa, mandou um direct, filmou um clipe, divulgou um som, deu uma ideia, colou num show.
E é nessas trocas que a mágica acontece.
É no coletivo que a independência vira potência.

Tá na hora da gente parar de romantizar o isolamento como se fosse virtude. O medo de colaborar, de abordar, de colar com o mano da quebrada do outro lado da cidade…
Ser autossuficiente não é fazer tudo, é saber quem somar no caminho.
Se você manda muito no que faz só pela sua arte, imagina o que pode virar quando puder agregar no corre gente que também é braba?

Se fortalece com quem fortalece.
E pra mais papos sinceros sobre o corre artístico, cola com nós!