Achar que brigar na internet é estratégia de marketing é o maior autoengano que corre na cena. Não confunda barraco com campanha, buzz com branding. Marketing de verdade exige estudo, experiência e visão de longo prazo. Se você acredita no seu corre, se o seu som é bom mesmo, por que apelar?
Claro, existem casos e casos. Se o tiver haver com a estética e conceito do som, do clipe e tiver algo muito planejado, pode até ser que role. Mas ainda acho arriscado.
E sim, existe o marketing de oportunidade — tipo a Anitta, que em 2019, depois de toda a fofoca se tinha beijado (ou não) o Neymar no camarote, veio com o álbum KISSES, cheio de conceito, estética e planejamento. Ela pegou o buzz e potencializou a arte — virou conversa no Fantástico, prêmio internacional e Grammy Latino. Oportunidade bem usada.
Agora, tem o lado B também. Vem na mente um caso como o da Flora Matos, que em vários momentos foi mais falada pelas tretas do que pela potência musical que tem. Flora tem álbuns incríveis, consistentes, com produções impecáveis. Se eu te convencer a dar uma chance pra ela, ouve o álbum “Flora de Controle” e faz de conta que é outra artista que cê não conhece cantando. E isso, querendo ou não, todas as tretas que ela se envolveu, propositalmente ou não, bagunçaram a percepção da carreira, fecharam portas e afastaram colaborações importantes.
Um exemplo mais próximo da gente foi um artista que gerou uma treta – que eu não quis render, apenas me posicionar – comigo em fevereiro de 2024. Ele postou uma série de stories me atacando por não estar no TOP100 de 2023, lançado 3 meses antes da confusão. Ele pensou no horário e na maneira de chamar a atenção pra si, combinou até com páginas de trap para repercutir o babado. O resultado? Sim, muita gente descobriu quem era o cara, ouviu, foi nas redes sociais dele saber quem era, alguns até discutiram com ele no direct.
Mas e aí? Alguém sabe dele, sabe onde ele tá? Ele conseguiu alguma coisa além de unfollows e distanciamento de parceiros musicais?
É legal ser falado? Com certeza. Acredite que sua arte por si só é o suficiente para comunicar, espalhar sua ideia e viver do sonho. Se for pra chamar atenção, faça com inteligência e cautela. Ser lembrado pela treta e não pela música é o caminho mais curto pra virar figurante da própria história.
